Saiba mais sobre greve dos professores de 2019

Por: Ketlyn Silva Santiago
Estudante do 1º ano do Ensino Médio

 Greves trazem em si um forte conteúdo mobilizador, são em certa medida subversão do status que por isso ganha ainda mais importância quando se vislumbra que o Paraná, o Brasil, como de resto o mundo vive sobre uma nova ordem conservadora. Isso opera sobre a organização dos (as) trabalhadores (as) de forma imperiosa. Professores e funcionários juntaram se a outros servidores públicos da saúde, segurança, peritos (as) e técnicos (as) administrativos (as) e tomaram literalmente as ruas com duas gigantes manifestações que reuniram entre 20 e 30 mil pessoas, o formigueiro instalou-se na praça 29 de abril e de lá ocuparam, primeiramente Alep no dia nove de julho e em seguida instalaram acampamento na porta do palácio Iguaçu.

Foi uma greve construída no dia a dia, explorando as contradições do governo, afinal era evidente o contraste de permitir que empresários tenham 11 bilhões de renúncia fiscal ainda em 2019 e ao mesmo tempo negar qualquer recomposição salarial para as categorias que estão há 42 meses sem qualquer reposição. Enquanto isso as atividades na escola da rede pública estadual estiveram suspensas entre os dias: 25 de junho a 2 de julho, o motivo do fechamento total ou parcial foi a deflagração da greve dos servidores (as) públicos (as) contra a retirada de direitos e o descumprimento das leis. O governo ‘’ Ratinho Júnior’’ havia prometido, em campanha, negociar o pagamento da data base com os sindicatos no início do governo. No brasil não haveria funcionalismo. O governo, então, estabeleceu uma comissão para debater o tema. Os (as) representantes dos sindicatos reuniram se 8 vezes com a equipe do governo e apresentaram estudos provando que era possível o pagamento da data base de 4,94 por cento referente a 2019 e negociação da dívida. Nosso governo porem manteve se irredutível em não conceder reajuste. Diante da negativa governamental, o fórum das identidades sindicais (fes), que reúne cerca de 30 sindicatos, orientou para uma greve unificada. No dia 25 de junho iniciamos a greve com 80 por cento das escolas paralisadas total ou parcialmente.

Nossas conquistas: Descongelamento da data-base e mesa de negociação entre FES: Apesar de longe do valor da dívida que o governo tem conosco, a proposta apresentada estabelece o descongelamento e parcelamento da data-base que se referem aos 12 meses, entre maio de 2018 e abril de 2019. O governo ainda precisa apresentar propostas de pagamento dos valores de anos anteriores e comprometeu-se a estabelecer uma mesa permanente de negociação com o fórum dos servidores (as) para tratar destes e de outros assuntos. Retirado do PLC 04/2019, e manutenção das carreiras que foi mais devastador que o pacotão do Richa, em 2015, e que a pec. do fim de mundo, de Temer, este projeto previa o congelamento de todas as carreiras e salários pelo período de 20 anos, condicionava o pagamento de direitos ao aumento do percentual de investimentos do estado que jamais seria atingido. O PLC será retirado da pauta da Alep e estaremos em alerta caso qualquer proposta de retirada de direitos retorne a casa. A atualização de salários dos funcionários(as) demais de 10 mil agentes educacionais (clad, pr educação, PSS) terão complementados o salário mínimo regional, retroativos a Fevereiro de 2019, fora isso os valores de auxílio-alimentação e vale transporte também serão atualizados. Foi anunciado um concurso público para 988 professores e professoras, a proposta do governo estabelece um grupo de estudos como fez para tratar das demandas de contratação de servidores (as) para todas as categorias. APP sindicato define a ampliação de vagas para mais disciplinas e também para funcionários e funcionárias.

Na proposta apresentada referente a saúde, o governo do estado comprometeu-se com a criação de mais 8 polos da perícia médica no estado, a realização de uma conferência estadual sobre o tema e a formação de comissão para debater o sistema de atendimento à saúde dos (as) servidores (as).

 Sabemos que, o que se conquistou não é o suficiente e haverá os que irão dizer que poderíamos mais, mas foi o possível em tempos de retrocesso e que não se duvide de nossa unidade e forca, manteremos o caminho de resistência e faremos as marchas necessárias, montaremos quantas tendas inevitáveis e onde forem necessárias, estamos em luta.